Racismo no Plural nas Américas: Povos Indígenas e Afro-Indígenas
A Revista ANTHROPOLOGICAS do PPGA da UFPE abre espaço para um debate antropológico sobre o racismo anti-indígena/afroindígena, no Brasil e nas Américas. A revista está aberta para receber trabalhos emergentes do campo da etnologia indígena, ou em diálogo com este campo, que versem sobre casos e contextos específicos e contribuam para a documentação e teorização de fenômenos identificados sob a égide de “racismo”. Quando se fala de preconceito, discriminação ou violência estrutural no que diz respeito à população negra no Brasil, o termo usual empregado é ‘racismo’; mas o mesmo não se estende para a população indígena. Serão bem vindos artigos que procuram explorar as razões e formas dessa distinção terminológica, e remediar uma das suas consequências: que não se tem explorado sistematicamente o racismo anti-indígena, seja na etnologia indígena, seja nos estudos sobre ‘raça’, sobretudo para o caso brasileiro. No Brasil, a população permanece indiferente e desinformada sobre os povos indígenas e se mantém passiva diante da atual crise humanitária e política que assola as pessoas classificadas como indígenas, quando seus direitos constitucionais estão sob ataque e muitos sofrem de violências diversas e abandono pelo estado. Nos discursos promovidos na mídia, na educação e nas políticas governamentais, proliferam-se imagens e narrativas sobre ‘os índios’ que sustentam a conivência da população com essa situação. Nesse contexto, torna-se imprescindível e urgente o desenvolvimento de uma discussão antropológica sobre o racismo direcionado aos povos indígenas.
Editores Convidados:
Edwin Reesink (PPGA/UFPE)
Cecília McCallum (PPGA/UFBA)
Eduardo Restrepo (FCS/Universidad Javeriana)
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Você sabe o que é Antropologia?
Antropologia (cuja origem etimológica deriva do grego άνθρωπος anthropos, (homem / pessoa) e λόγος (logos - razão / pensamento) é a ciência preocupada com o fator humano e suas relações. A divisão clássica da Antropologia distingue a Antropologia Social da Antropologia Física. Cada uma destas, em sua construção abrigou diversas correntes de pensamento.
Pode-se afirmar que há poucas décadas a antropologia conquistou seu lugar entre as ciências. Primeiramente, foi considerada como a história natural e física do homem e do seu processo evolutivo, no espaço e no tempo. Se por um lado essa concepção vinha satisfazer o significado literal da palavra, por outro restringia o seu campo de estudo às características do homem físico. Essa postura marcou e limitou os estudos antropológicos por largo tempo, privilegiando a antropometria, ciência que trata das mensurações do homem fóssil e do homem vivo.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Antropologia
Algumas informações básicas sobre os principais paradigmas e escolas de pensamento antropológico:
Formação de uma literatura “etnográfica” sobre a diversidade cultural
Período: Séculos XVI-XIX
Características: Relatos de viagens (Cartas, Diários, Relatórios etc.) feitos por missionários, viajantes, comerciantes, exploradores, militares, administradores coloniais etc.
Temas e Conceitos: Descrições das terras (Fauna, Flora, Topografia) e dos povos “descobertos” (Hábitos e Crenças).Primeiros relatos sobre a AlteridadeAlguns Representantes e obras de referênciaPero Vaz Caminha (“Carta do Descobrimento do Brasil” - séc. XVI). Hans Staden (“Duas Viagens ao Brasil” - séc. XVI). Jean de Léry (“Viagem a Terra do Brasil” - séc. XVI). Jean Baptiste Debret (“Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil” - séc. XIX).
Escola/Paradigma: Evolucionismo Social
Período: Século XIX
Características: Sistematização do conhecimento acumulado sobre os “povos primitivos”.
Predomínio do trabalho de gabinete
Temas e Conceitos: Unidade psíquica do homem.Evolução das sociedades das mais “primitivas” para as mais “civilizadas”.Busca das origens (Perspectiva diacrônica)Estudos de Parentesco /Religião /Organização Social.Substituição conceito de raça pelo de cultura.
Alguns Representantes e obras de referência: Maine (“Ancient Law” - 1861). Herbert Spencer (“Princípios de Biologia” - 1864). E. Tylor (“A Cultura Primitiva” - 1871). L. Morgan (“A Sociedade Antiga” - 1877). James Frazer (“O Ramo de Ouro” - 1890).
Escola/Paradigma: Escola Sociológica Francesa
Período: Século XIX
Características: Definição dos fenômenos sociais como objetos de investigação socio-antropológica. Definição das regras do método sociológico.
Temas e Conceitos: Representações coletivas.Solidariedade orgânica e mecânica. Formas primitivas de classificação (totemismo) e teoria do conhecimento. Busca pelo Fato Social Total (biológico + psicológico + sociológico). A troca e a reciprocidade como fundamento da vida social (dar, receber, retribuir).
Alguns Representantes e obras de referência: Émile Durkheim:“Regras do método sociológico”- 1895; “Algumas formas primitivas de classificação” - c/ Marcel Mauss - 1901; “As formas elementares da vida religiosa” - 1912. Marcel Mauss:“Esboço de uma teoria geral da magia” - c/ Henri Hubert - 1902-1903; “Ensaio sobre a dádiva” - 1923-1924; “Uma categoria do espírito humano: a noção de pessoa, a noção de eu”- 1938).
Escola/Paradigma: Funcionalismo
Período: Século XX - anos 20
Características: Modelo de etnografia clássica (Monografia).
Ênfase no trabalho de campo (Observação participante). Sistematização do conhecimento acumulado sobre uma cultura.
Temas e Conceitos: Cultura como totalidade.Interesse pelas Instituições e suas Funções para a manutenção da totalidade cultural.Ênfase na Sincronia x Diacronia.
Alguns Representantes e obras de referência: Bronislaw Malinowski (“Argonautas do Pacífico Ocidental” -1922). Radcliffe Brown (“Estrutura e função na sociedade primitiva” - 1952-; e “Sistemas Políticos Africanos de Parentesco e Casamento”, org. c/ Daryll Forde - 1950). Evans-Pritchard (“Bruxaria, oráculos e magia entre os Azande” - 1937; “Os Nuer” - 1940). Raymond Firth (“Nós, os Tikopia” - 1936; “Elementos de organização social - 1951). Max Glukman (“Ordem e rebelião na África tribal”- 1963). Victor Turner (“Ruptura e continuidade em uma sociedade africana”-1957; “O processo ritual”- 1969). Edmund Leach - (“Sistemas políticos da Alta Birmânia” - 1954).
Escola/Paradigma: Culturalismo Norte-Americano
Período: Séc. XX - anos 30
Características: Método comparativo. Busca de leis no desenvolvimento das culturas. Relação entre cultura e personalidade.
Temas e Conceitos: Ênfase na construção e identificação de padrões culturais (“Patterns of culture”) ou estilos de cultura (“ethos”).
Alguns Representantes e obras de referência: Franz Boas (“Os objetivos da etnologia” - 1888; “Raça, Língua e Cultura” - 1940). Margaret Mead (“Sexo e temperamento em três sociedades primitivas” - 1935). Ruth Benedict (“Padrões de cultura” - 1934; “O Crisântemo e a espada” - 1946).
Escola/Paradigma: Estruturalismo
Período: Século XX - anos 40
Características: Busca das regras estruturantes das culturas presentes na mente humana. Teoria do parentesco/Lógica do mito/Classificação primitiva. Distinção Natureza x Cultura.
Temas e Conceitos: Princípios de organização da mente humana: pares de oposição e códigos binários.Reciprocidade
Alguns Representantes e obras de referência: Claude Lévi-Strauss:“As estruturas elementares do parentesco” - 1949. “Tristes Trópicos”- 1955. “Pensamento selvagem” - 1962. “Antropologia estrutural” - 1958 “Antropologia estrutural dois” - 1973 “O cru e o cozido” - 1964 “O homem nu” - 1971
Escola/Paradigma: Antropologia Interpretativa
Período: Século XX - anos 60
Características: Cultura como hierarquia de significados Busca da “descrição densa”. Interpretação x Leis. Inspiração Hermenêutica.
Temas e Conceitos: Interpretação antropológica: Leitura da leitura que os “nativos” fazem de sua própria cultura.Alguns Representantes e obras de referência: Clifford Geertz: “A interpretação das culturas” - 1973. “Saber local” - 1983.
Escola/Paradigma: Antropologia Pós-Moderna ou Crítica
Período e obra: Século XX - nos 80
Características: Preocupação com os recursos retóricos presentes no modelo textual das etnografias clássicas e contemporâneas. Politização da relação observador-observado na pesquisa antropológica. Critica dos paradigmas teóricos e da “autoridade etnográfica” do antropólogo.
Temas e Conceitos: Cultura como processo polissêmico. Etnografia como representação polifônica da polissemia cultural. Antropologia como experimentação/arte da crítica cultural.
Alguns Representantes e obras de referência: James Clifford e Georges Marcus (“Writing culture - The poetics and politics of ethnography” - 1986). George Marcus e Michel Fischer (“Anthropoly as cultural critique” - 1986). Richard Price (“First time” - 1983). Michel Taussig (“Xamanismo, colonialismo e o homem selvagem”- 1987). James Clifford (“The predicament of culture” - 1988).
Fonte: http://nant-iscsp.blogspot.com/2005_05_01_archive.html
sexta-feira, 18 de agosto de 2017
Revista Anthropologicas abre chamada para artigos do Dossiê Racismo Plural nas Américas
domingo, 2 de julho de 2017
Angela Davis no Julho das Pretas - BA
QUANDO: DIA 25 DE JULHO, ÀS 18H
ONDE: REITORIA DA UFBA, CANELA, SALVADOR.
ENTRADA GRATUITA
sábado, 3 de junho de 2017
quinta-feira, 1 de junho de 2017
UNICAMP promove "Jornadas de Antropologia John Monteiro" - SP
IFCH - Unicamp
Prazo para envio de Resumos: 16 de junho de 2017
O corpo discente do Programa de Pós Graduação em Antropologia Social da Universidade Estadual de Campinas (PPGAS-UNICAMP) convida alunos/as, professores/as, pesquisadores/as e interessados/as em geral a participarem das Jornadas de Antropologia John Monteiro, que será realizada entre os dias 19 e 22 de setembro de 2017.
As Jornadas de Antropologia tem como objetivo possibilitar e impulsionar o intercâmbio de ideias e reflexões ao redor das temáticas sobre as quais a disciplina antropológica se debruça. Incentiva-se o diálogo transversal entre as diferentes Antropologias e entre elas e suas disciplinas aparentadas, ao mesmo tempo em que convida pesquisadores com diferentes níveis de titulação e experiência em pesquisa a participarem e trocarem experiências entre si.
O evento se constitui, portanto, como um momento de encontro, no qual as inquietações sobre as formas de se pensar e se fazer Antropologia podem ser colocadas em relação.
Desde 2013, o evento passou a se chamar Jornadas de Antropologia John Monteiro, em reconhecimento e homenagem ao trabalho intelectual desenvolvido por este docente junto ao Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp.
Para mais informações, visite o site das Jornadas
FONTE: Site do PPGA/UNICAMP